morrem-me o sol
e a produção de mísseis sangrados das farpas das minhas unhas
desbocadas face à análise diária da ideologia do poder.
fraco e individual,
as relações entre a minha mente e as salas do
meu corpo tremem na libertinagem a que os pés
e os actos e as pulsões se propuseram.
desemboco nas ruas das cidades das mentes
estrangeiras e mortas.
e por muito que busque um significado para
as coisas
não consigo parar de desejar
a desmaterialização da noção do meu corpo.
"Nunca mais soube de ti. Nem tão pouco me lembrei de me lembrar.
Chega a ser incómodo arrastar a memória temporal tanto tempo atrás.
Pergunto-me se as nódoas negras e a marca de cordas no pescoço
fazem parte da encenação. Há pessoas que fingem tão bem estar mortas
que só por isso o mereceriam, não achas?"
Quando fazem por nos apagar acredito que devemos saber sair de cena
sem causar grande alarido. Sair em bicos dos pés e apagar as cenas
em que as personagens se cruzam. Apagar as didascálias que nos recordem
disso e dar espaço, talvez para sempre, com